Crítica à teoria do trabalho imaterial a partir da crítica à divisão dos três paradigmas produtivos
DOI:
https://doi.org/10.46814/lajdv3n3-009Keywords:
Sociologia do Trabalho, Trabalho Imaterial, Setor de ServiçosAbstract
A produção teórica principal do que aqui chamamos de recente teoria do trabalho imaterial, difundida principalmente por Antonio Negri, Maurizio Lazzarato, Michael Hardt, tem como um de seus fundamentos a apreensão da dinâmica produtiva de acordo com a sucessão dos paradigmas econômicos. A transição de um paradigma a outro seria determinado pelo crescente número de trabalhadores agregados no setor primário (agricultura e extração), secundário (fabril) ou terciário (serviços). Daí decorre a compreensão do trabalho imaterial (situado, segundo esses autores, no setor terciário) enquanto uma forma de atividade laborativa que rompe com os elementos do trabalho material, típicos do setor secundário. Não haveria, segundo este modelo teórico, correlações necessárias entre as formas materiais e imateriais de trabalho. O artigo em tela almeja empreender, a partir da crítica à visão dos três setores, uma crítica à compreensão que desarticula o trabalho material do trabalho imaterial usando como peça fundamental as teorizações de Karl Marx e de alguns autores marxistas que apontam para uma visão imbricada entre tais formas de trabalho.