Currículo: refletindo sobre novas práticas pedagógicas à partir da percepção dos estudantes do curso de medicina
DOI:
https://doi.org/10.46814/lajdv2n6-017Keywords:
Currículo, Interprofissionalidade, Práticas PedagógicasAbstract
Atualmente vivenciamos um movimento no Brasil para mudanças curriculares na área da saúde, visando a interprofissionalidade no ensino, para consequentemente termos nos serviços de saúde práticas colaborativas e trabalho em equipe, onde profissionais de saúde se respeitem e tomem decisões compartilhadas quanto ao cuidado em saúde a ser fornecido ao usuário, família e comunidade. Mas, infelizmente ainda se observa nos cursos de medicina muita resistência à mudanças quanto à aceitação de uma educação e trabalho interprofissional. Refletindo sobre barreiras alimentadas pela visão corporativa e hegemônica que ainda vigora na formação médica, as quais de certa forma impedem mudanças curriculares efetivas e consequentemente mantém serviços de saúde com práticas sectarizadas e muitas vezes desumanas no processo de cuidar da saúde descaracterizando o verdadeiro trabalho em equipe na sua essência, o Grupo de Pesquisas Multiprofissionais em Educação e Tecnologias em Saúde (PEMEDUTS) da Faculdade de Medicina (FM) da UFMT, campus Cuiabá, elaborou e desenvolveu o Projeto de Pesquisa “CURRICULO E ENSINO NO CURSO DE MEDICINA: REFLETINDO E PENSANDO NOVAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS”. Neste estudo de caráter qualitativo, compartilhamos com os leitores os principais resultados do projeto, objetivando desvelar o nível de conhecimento, os sentidos e significados que permeiam a formação médica a partir do olhar dos discentes em analogia com as DCN, o PPC e Currículo vigente do curso de medicina em epígrafe. Esta pesquisa foi desenvolvida com estudantes da FM supracitada, no período de agosto de 2017 a agosto de 2018. Consideramos que a formação sob a ótica da uniprofissionalidade está esgotada frente às transformações dos sistemas de saúde no mundo e a complexidade das necessidades de saúde. Portanto, reafirmamos que o currículo dos cursos de graduação em medicina necessitam ser mais discutidos frente às tendências mundiais, de forma a trazer ao debate as tensões que ainda subjazem a manutenção de uma formação fundamentada na compartimentalização do saber, fundamentada no modelo tradicional e hegemônico de formar médicos, desconhecendo a importância da educação interprofissional (EIP) para que o trabalho em equipe seja uma realidade e não apenas uma utopia. É factual que currículos centrados no modelo hospitalocêntrico, com abordagens lineares e inflexibilidade quanto às mudanças na formação médica, tem efeitos danosos para os serviços de saúde.